Expectativas para a Indústria do Aço em 2023

Os preços das chapas de aço atingiram o fundo do poço ou cairão em breve, de acordo com a maioria dos entrevistados de pesquisas da Steel Market Update (SMU). Prevemos preços mais altos nos próximos meses.

Em um nível básico, isso ocorre porque vimos um aumento modesto nos prazos de entrega, que aumentaram em média 0,5 semana recentemente. Os prazos de entrega da bobina laminada a quente (BQ), por exemplo, estavam ligeiramente abaixo de quatro semanas em média; atualmente se encontram em 4,4 semanas.

Os prazos de entrega podem ser um importante indicador avançado de movimentos de preços. Um prazo de entrega de 4,4 semanas não significa que os preços mais altos são realidade, mas as chances de haver um aumento dos preços ficam consideravelmente maiores se começarmos a ver os prazos de entrega da BQ, em média de cinco a seis semanas.

Além disso, as usinas estão menos dispostas a negociar preços menores do que nas semanas anteriores. Recorde-se que, durante vários meses, quase todos os produtores estavam dispostos a fazer descontos para receber encomendas.

Prazos de entrega mais longos e menos usinas dispostas a fechar negócios ocorrem após uma rodada de aumentos de preços de US$ 60/t (US$ 3/cwt) anunciados por usinas nos EUA e no Canadá. Cerca de 60% das pessoas achavam que os preços permaneceriam praticamente onde estavam. Isso não é incomum. Notável foi que quase 20% pensaram que ultrapassariam US$ 700/tonelada, enquanto outros previram que cairiam para US$ 500/tonelada. Um fato surpreendente, pois US$ 500/tonelada está chegando perto do ponto de equilíbrio para as usinas integradas, especialmente quando você considera que os preços de contrato são feitos com desconto em relação aos preços demarcados.

O número de pessoas que acreditam nos $ 700/tonelada cresceu desde então, e apenas uma parcela muito pequena acredita que os preços em dois meses estarão na casa dos $ 500/tonelada ou menos. Também é interessante que alguns estão prevendo que os preços serão ainda mais altos do que os preços-alvo de US$ 700/t anunciados por algumas usinas. Esse resultado me parece que eles estão esperando outra rodada de aumentos de preços e acreditam que esses aumentos adicionais ganharão força.

Também vimos uma mudança modesta no preço do centro de serviços, o que indica que os preços mais altos no nível da usina estão tendo pelo menos algum impacto a frente. Ou seja, o número de centros de serviço que relatam que estão aumentando os preços cresceu. Além disso, uma parcela menor estão reduzindo os preços.

Pesquisas feitas apontam que uma relevante maioria esta otimista em relação ao início de 2023. Não é incomum ver este sentimento entrando no ano novo, já que o primeiro trimestre costuma ser movimentado. As empresas reabastecem antes da temporada de alta nas construções. A atividade automotiva aumenta novamente após as férias. Além disso, não há mais preocupações com os impostos de estoque no final do ano. Ainda assim, não era esperado ver pessoas tão otimistas com manchetes sobre guerra na Europa, taxas de juros mais altas e uma possível recessão.

Algo preocupante é que não vimos muita mudança na demanda geral. A maioria continua a dizer que é estável. Os que dizem que está diminuindo ainda superam os que dizem que está aumentando. Se os preços mais altos continuarem, a indústria siderúrgica precisará ver a demanda melhorar.

Outro fator de atenção em meio a todo o otimismo em torno de 2023 é como os centros de serviços e fabricantes estão lidando com seus estoques. Certas empresas continuam mantendo o estoque, e um número significativo continua reduzindo os estoques. Apenas uma parcela relata que eles estão aumentando estoques.

Uma economia industrial robusta em 2023 depende de se e quando veremos um ciclo de reabastecimento. Um fator importante para observar nas próximas semanas - além de preços, prazos de entrega, negociações das usinas e sentimento - seriam os estoques dos compradores.

Fonte: https://www.thefabricator.com/thefabricator/blog/metalsmaterials/2023-could-bring-restocking-of-inventory-higher-steel-prices